Quotes & Dialogues #1.

quarta-feira, 3 de março de 2010

(dialogue #1)
Emily: You’ve brought me some chocolates.
Charlie: Two boxes of hershey’s
Emily: Well, that’s very American of you, Charlie. You just had to bring along some small token of opulence. I don’t want them. You yanks can’t even show affection without buying something.
Charlie: Well, don’t get into a state over it. I just thought you liked chocolates.
Emily: I do! But my country’s at war and we’re doing without chocolates for a while. And I don’t want oranges, eggs and soap flakes either. Don’t show me how profitable it’ll be to fall in love with you, Charlie. Don’t Americanize me.

4 comentários:

  1. Lorena, li seu post depois de ter almoçado e, coincidentemente, de ter comido chocolate hersheys (The Americanization of Danielle, hehehe). Gostei da cena que você selecionou - acho que ela sintetiza o filme. Queria saber o que você achou dele!
    Achei o filme um tanto quanto curioso, distante do "standard" hollywoodiano na abordagem do assunto e modo de construção dos personagens. O personagem principal está longe de ser um herói - seu desejo epicurista de aproveitar a vida acima de tudo não o torna muito charmoso, embora James Garner seja extremamente bonito. Por outro lado, o modo como ele encara a guerra dá um sopro de novidade ao tema. Que alívio não ver aqueles heróis nacionalistas que caminham em direção à morte entoando o hino do país! Blake Edwards encara a questão com uma maturidade que infelizmente os belicosos norte-americanos ainda não têm. A conclusão do filme, no entanto, parece simplesmente inverter os sinais: Charles Madison está longe de ser um herói de guerra - ele não passa de um fraco do começo ao fim da história. É um personagem bem coerente. No final, quando decide cometer uma ação "nobre" e confessar que é um joguete do exército, a namorada o salva de se "britanizar" e ele acaba decidindo assumir o papel que o exército lhe deu. A conclusão de que é melhor se aliar à mentira do que ser mártir por dizer a verdade é bem amarga - o que talvez seja reflexo do pós-guerra - e nada moralizante. É certamente um filme altissonante. Gostei de vê-lo por Julie, James, Melvin Douglas e James Coburn (formidáveis), mas fiquei com a sensação de que falta algo no filme. Você também sentiu isso?

    Beijocas! quando puder, diz o que achou do meu último post!
    Dani

  1. Dani,

    Concordo com você em um aspecto: Charlie prega um idealismo e estilo de vida para Emily no decorrer do filme bem arrogante. Este é um homem que sabe quem ele é e no que ele acredita (isto vale tanto para a guerra quando para outras relações humanas). E no entanto, sua convicção não é grande o suficiente para evitar que ele se torne uma "vítima" do seu próprio discurso, terminando como um covarde e falso moralista.

    A realidade é que nós quase sempre estamos fadados a terminar como Charlie, caso não tenhamos precaução quanto aos nossos julgamentos e concepções. Pregar verdades por aí pode ser uma tarefa perigosa.

    O filme de fato é curioso e devemos atribuir isto à excelente adaptação do livro de William Bradford Huie ao roteiro, realizada por Paddy Chayefsky. O que provavelmente me conquistou foi o dialógo rápido, afiado e que eu considero de extrema inteligência. A direção do Arthur Hiller também não deve ser desmerecida. Li um comentário dele que diz que TAOE não é um filme antiguerra como muitos acreditam ser, mas um filme de anti-glorificação-da-guerra. No ponto.

    Quanto a este "je ne sais quoi" que você sentiu, eu não posso responder, pois eu realmente adoro o filme.

    Beijos!

  1. Lorena, darling, errei o nome do diretor (:D)...
    Também gostei dos diálogos do filme! Mas adorei mesmo aquela cena inicial, dinâmica e sem nenhuma palavra, à maneira das comédias dos anos 30 e 40. Achei o filme algo claustrofóbico, talvez devido à densidade do diálogo em algumas partes, que dão a impressão de serem debate entre duas correntes teóricas antagônicas. O diretor quer, mesmo, provar alguma coisa com o filme. Ele não nos deixa perder o foco.
    E a conclusão é pessimista mesmo: a conivência com a mentira é a única salvação para o "herói". Que péssimo seria o mundo se todos negassem a tão filosofia norte-americana "help thy neighbor"! Por mais que a gente tente deixar de lado a questão da moral para julgar o valor da obra de arte, ela sempre acaba aparecendo cedo ou tarde...
    Lorena, de todo modo, preciso fazer uma confissão: adoro, mesmo, a Julie dos musicais! A propósito, logo escrevo o que estou achando do JA Show. Eu gostei do documentário Julie. Você tem alguma informação de bastidores sobre ele? Ele me lembrou um pouco a autobiografia da Ingrid Bergman sobre a qual falei no meu último post.

    Bjocas e inté logo!
    Dani

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