Sou uma grande procrastinadora. Esperei – não deliberadamente – Avatar atingir seu suposto recorde de maior bilheteria de todos os tempos pra poder assisti-lo. Bem, como dizem os sábios, antes tarde do que nunca. E prometo que este post vai ser rápido e indolor.
Se você vive em Marte (iria me referir à Pandora, mas achei piada pronta) e ainda não sabe a premissa do história (estarei parafraseando a sinopse do site Cinepop), no filme adentramos o mundo alienígena de Pandora, onde fora instalado uma estação para exploração do raro 'unobtanium', pelos seres humanos. Este mineral pode ser a solução para a crise energética da Terra. Como a atmosfera do planeta é tóxica, foi criado um programa onde homens têm sua consciência ligada a um corpo biológico, os avatares, controlado à distância capaz de sobreviver nesse ar letal. Os avatares são híbridos geneticamente produzidos de DNA humano e DNA dos nativos de Pandora, os Na’vi.
Jake Sully, ex-fuzileiro naval, é quem comandará a nossa viagem por este novo mundo. Renascido em sua forma avatar, Jake recebe a missão de se infiltrar entre os Na’vi, que se tornaram um obstáculo à extração do precioso minério. No desenrolar da história, Sully é acolhido pelo clã de Neytiri, e aprende a ser um deles depois de passar por vários testes e aventuras. O relacionamento de Jake com sua hesitante instrutora Neytiri se aprofunda, e ele passa a respeitar o jeito de viver dos Na’vi, e por fim passa a ocupar seu lugar no meio deles.
Logo ele enfrentará a maior de suas provações, ao comandar um conflito épico que decidirá nada menos que o destino de um mundo inteiro.
A princípio foi um pouco dolorido ingerir algo que é tão carregado de clichês, e a história, apesar de definitivamente não ser medíocre, não passa de uma variação de arquétipos bem conhecidos. Não se surpreeenda, se por exemplo, o filme lhe lembrar Pocahontas em algumas ocasiões. Avatar, entretanto, é, sem sombra de dúvidas, triunfo absoluto de efeitos visuais e de design. Se para atingir a qualidade inegável desse aspecto do filme o diretor James Cameron levou dez anos e 400 Milhões de dólares para construir, posso dizer que valeu a pena.
E o filme cumpre, em todos os aspectos, a sua missão e ofício de entretenimento. Ninguém pode se dar ao luxo de tirar o crédito de filmes que vêm exatamente com essa função: nos remover da nossa realidade e concomitantemente nos levar a outra, permitindo que essa viagem seja prazerosa.
Merece o Oscar de melhor filme? Eu realmente não sei, não cabe a mim julgar.
Merece ser consagrado a maior bilheteria de todos os tempos? Também não cabe a mim decidir.
Só posso recomendar aos leitores que dispam-se de pré-conceitos, assistam ao filme e tirem suas próprias conclusões.