No início da minha adolescência fui apresentada ao rosto de Audrey Hepburn, sem ao menos entender o que ele verdadeiramente representava - ou melhor, representa. Na minha cabeça, aquela moça cujo nariz afilado, sorriso honesto e olhar expressivo não era nada mais que uma figura representativa do glamour Hollywoodiano. Para eliminar essa triste concepção, foram necessários alguns anos. Cortando para os dias atuais, noto que a percepção equivocada não é um "faux pas" exclusivo de minha parte, e é exatamente o que me leva a questionar: quem seria Audrey Hepburn?
Seria ela o sinônimo de Holly Golightly - a moça do vestidinho preto de corte reto, com luvas brancas, colar de pérolas, um lindo Ray-Ban Wayfarer e tiarinha na cabeça - que ao sentar na janela e humildemente cantar Moon River nunca falhara em me reduzir a lágrimas? Ou seria a princesa que todas nós um dia sonhamos ser, fugindo de suas obrigações por alguns momentos, passeando e se apaixonando Roma afora? Ainda, seria ela a filosófica garota de beleza ordinária, a momentos de ser transformada na nova cara da moda de Paris? Ou não seria ela uma vendedora de flores a passos de virar uma de nossas eternas "Fair Ladies" da sociedade?
Para os que não tiveram a oportunidade de se aprofundar em sua biografia, estas inevitavelmente tornaram-se associações ao seu nome, a sua pessoa. Entretanto, para os que puderam transcender as imagens de suas personagens, que são sem sombras de dúvida tão marcantes e simbólicas de sua carreira, Hepburn pode ser vista como um ser iluminado, que se dedicou incontestavelmente a ajudar o próximo; que se transformou em sinônimo de beleza, ao carregar uma aparência pouco convencional, porém única; com um caráter honesto, íntegro, e que procurava transmitir mensagens positivas ao mundo.
Pessoalmente falando, Audrey transcendeu algumas de minhas barreiras psicológicas, e conquistou seu lugar de respeito e merecimento em meu coração.
Ela, que era um ser extremamente especial, cuja grandeza e talento permanecem inegáveis em face da admiração e carinho de milhões, teria completado ontem (04 de Maio) 81 anos de vida. E embora não possamos mais comtemplar sua matéria, não nos resta dúvidas de que sua memória ficará guardada na História, inspirando gerações adiante.
"People, even more than things, have to be restored, renewed, revived, reclaimed, and redeemed; never throw out anyone."
"I was born with something that appealed to an audience at that particular time...I acted instinctively. I've had one of the greatest schools of all - a whole row of great, great directors."
"I understood the dismay of people who had seen Julie on Broadway. Julie made that role her own, and for that reason I didn't want to do the film when it was first offered. But Jack Warner never wanted to put Julie in the film. He was totally opposed to it, for whatever reason. Then I learned that if I turned it down, they would offer it to still another movie actress. So I felt I should have the same opportunity to play it as any other film actress."
"People associate me with a time when movies were pleasant, when women wore pretty dresses in films and you heard beautiful music. I always love it when people write me and and say 'I was having a rotten time, and I walked into a cinema and saw one of your movies, and it made such a difference.'"
"Living is like tearing through a museum. Not until later do you really start absorbing what you saw, thinking about it, looking it up in a book, and remembering - because you can't take it all in at once."
"Success is like reaching an important birthday and finding you're exactly the same."
"How shall I sum up my life? I think I've been particularly lucky. Does that have something to do with faith also? I know my mother always used to say, 'Good things aren't supposed to just fall in your lap. God is very generous, but he expects you to do your part first.' So you have to make that effort. But at the end of a bad time or a huge effort, I've always had - how shall I say it? - the prize at the end. My whole life shows that."
Audrey Hepburn
* 04-Maio-1929
+ 20-Janeiro-1993
Belo texto e ótima seleção de quotes e fotos! Cheguei a pensar em escrever algo no blog, mas acho que acabaria escrevendo um livro, e de qualquer forma não conseguiria colocar em palavras algo que ficasse à altura da homenageada. Mas você arrasou, dude!
Audrey é simplesmente minha atriz de cinema clássico favorita. Clichê, não? Mas é a verdade.
E ao contrário da maioria, que se apaixonou por ela em Breakfast at Tiffany's, eu virei "fã de carteirinha" ao assisti-la em Roman Holiday. Ela possuía o equilíbrio perfeito - era uma movie star, tinha todo o glamour e o estilo ("patrocinado" por Givenchy, é logico!), e ao mesmo tempo era graciosa e dona de uma beleza discreta, porém avassaladora. E, como vi alguém escrever no tumblr hoje, manteve aquele sorriso meigo e infantil (no bom sentido da palavra, lógico) até o fim da vida.