Último post do ano.

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Tomar resoluções para o ano seguinte não faz parte das minhas tradições. Eu realmente acredito que essas resoluções são como verdadeiras preliminares para frustrações inevitáveis. Não gosto e não as tomo.Talvez seja por isso que, em partes, eu sentirei falta de 2010. Problemas de saúde a parte, não posso reclamar de um ano onde vivi inúmeras experiências boas...

Nada substitui os momentos com a família; A viagem que eu fiz a Campinas em Abril/2010 com a minha irmã; A conquista do meu primeiro estágio, e por conseqüência, os bons frutos que surgiu desta experiência; A conquista da minha carta de motorista que, apesar de não estar tendo bom uso – mea culpa – pelo menos é minha; Os êxitos obtidos na vida acadêmica, apesar de qualquer surto e qualquer obstáculo; As horas indispensáveis que passei com minhas amigas e as risadas e boas lembranças que resultaram destes ótimos encontros; A descoberta de pessoas doces, gentis e generosas, prontas para te ajudar a qualquer instante; Aquela sensação de pura e inalterável satisfação em ter assistido um novo filme, outro musical para se deliciar; Aquela sensação de ter encontrado um novo amigo a cada livro que foi lido; O prazer de ter aprendido o valor da música em um aspecto mais profundo, de ter utilizado a minha voz como instrumento pra extravasar qualquer sentimento – da alegria à dor; E a existência da Julie – interminável fonte de inspiração... É, 2010 definitivamente foi um bom ano. 

Pra ser sincera, não sei se tenho medo de 2011 como um todo, ou se tenho medo do término da primeira etapa da minha vida de acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo. Mas em termos comparativos, se eu tomasse Janeiro como prelúdio para o resto do ano, eu teria “pedido para sair” na primeira semana. É por isso que eu tenho esperança em encontrar a maturidade e capacidade para enfrentar 2011 de cabeça, custe o que custar. Só peço saúde a Deus. E o resto? Bem, o resto eu conquisto.

Para os incrédulos, um novo ano representa apenas continuidade. Para mim representa uma nova oportunidade para mudanças e recomeços. Por isto, desejo a vocês, leitores do Burburinhos, um ano repleto de oportunidades e coisas boas. Façam bom uso delas! 

Um grande beijo a todos e um Feliz 2011!

Balanço:
159 filmes, sendo 132 novos e 27 reassistidos.
13 livros lidos.

DVDs/Blu-Rays Adquiridos:
Box A Pantera Cor de Rosa (A Pantera Cor-de-Rosa, Um Tiro no Escuro, A Nova Transa da Pantera Cor de Rosa, A Vingança da Pantera Cor-de-Rosa, A Trilha da Pantera Cor-de-Rosa)
Box Doris Day e Rock Hudson (Confidências à Meia Noite, Volta Meu Amor, Não me Mande Flores)
Box Bette Davis (A Carta, Vaidosa, Lágrimas Amargas, Vitória Amarga)
Box Rodgers e Hammerstein (A Noviça Rebelde, O Rei e Eu, Oklahoma, Carrousel, Ao Sul do Pacífico, Feira das Ilusões)
Box Fred Astaire e Ginger Rodgers (Nas Águas da Esquadra, A Alegre Divorciada, Vamos Dançar, A História de Irene Castle e Vernon);

Dá-me um Beijo; Vendedor de Ilusões, Bonita e Valente; O Clube das Desquitadas; Crepúsculo dos Deuses; Footloose; The Rocky Horror Picture Show; Sementes de Tamarindo; Charada; Um Lugar ao Sol; Cinema Paradiso; Gata em Teto de Zinco Quente; O Óleo de Lorenzo; Footloose;  Hamlet; Edward Mãos de Tesoura; Adoráveis Mulheres; Ninotchka; Educação; Fantasia; Todos Dizem Eu Te Amo; Manhattan; Positivamente Millie; Mulher Nota 10; Camelot; As Garçonetes de Harvey; Gigi; Uma Cruz A Beira do Abismo; Quando Paris Alucina; Disque M para Matar; Da Magia À Sedução; Os Pássaros; Meias de Seda; O Sol é Para Todos; Operação Cupido; Up!; Pinóquio; A Bela e a Fera; Amadeus; Ao Mestre com Carinho; Doutor Jivago; Núpcias de um Escândalo; Divã; O Iluminado; Sinfonia de Paris; Julie e Julia; Lady Hamilton; Melodia da Broadway (1936); 8 ½; Flashdance; Meu Malvado Favorito; Priscilla A Rainha do Deserto;  Meus Dois Carinhos; Notas de um Escândalo; A Excêntrica Família de Antônia; A Noviça Rebelde (Blu-ray); Um Sonho Possível (Blu-ray)

Ho, ho, ho!

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Que vocês tenham um Natal recheado de burburinhos!

In Memoriam: Blake Edwards

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
É com muito pesar que venho anunciar a morte de um dos meus diretores favoritos, Blake Edwards.

"O cineasta Blake Edwards, famoso por comédias como "A Pantera Cor-de-Rosa", morreu na manhã desta quinta-feira. Ele tinha 88 anos e era casado desde 1969 com a atriz Julie Andrews, estrela de vários de seus filmes. Segundo seu agente, Gene Schwam, Edwards foi vítima de complicações provocadas por uma pneumonia. Andrews estava a seu lado no momento de sua morte.

A série "A Pantera Cor-de-Rosa", cujo primeiro filme foi lançado em 1964, é o maior sucesso da carreira de Edwards. O longa ficou famoso pela música-tema, composta por Henry Mancini (outro parceiro constante do diretor), e pelo desastrado personagem principal, o inspetor Clouseau vivido por Peter Sellers.

Nascido em 26 de julho de 1922, Edwards começou no cinema como roteirista e tornou-se conhecido primeiro na televisão, com a série "Peter Gunn". Seu primeiro grande sucesso na telona foi "Bonequinha de Luxo", estrelado por Audrey Hepburn. Ele foi contratado para dirigir o filme depois que o cineasta original, John Frankenheimer, foi demitido.

Além de "A Pantera Cor-de-Rosa", outros sucessos do diretor foram as comédias "Mulher Nota 10" (1979), "Vitor ou Vitória" (1982) e "Um Convidado Bem Trapalhão" (1968). Também dirigiu alguns dramas bem-sucedidos, como "Vício Maldito" (1962), com Jack Lemmon.

Seu último trabalho para o cinema foi "O Filho da Pantera Cor-de-Rosa", de 1993, com o italiano Roberto Benigni (de "A Vida É Bela") assumindo o papel que foi de Peter Sellers. O personagem foi revivido por Steve Martin mais duas vezes, em 2006 e 2009, filmes nos quais Edwards não teve qualquer participação. "Blake Edwards foi uma das pessoas que me fez amar comédia", escreveu Martin no Twitter, pouco depois de saber da morte.

Em 2004, ele ganhou um Oscar especial pelo conjunto de sua obra. Ao receber a estatueta, fez jus a seu título de gênio da comédia: apareceu no palco em uma cadeira de rodas em alta velocidade e simulou um acidente."

via Último Segundo.



Adeus, querido Blake. :(

Retornando a Camelot.

sábado, 11 de dezembro de 2010

Hoje à tarde assisti a versão cinematográfica de Camelot (1967), estrelando Richard Harris, Vanessa Redgrave e Franco Nero – Arthur, Guenevere e Lancelot, respectivamente – e, ao término da adaptação, fiquei com um gosto agridoce na boca.

Por vários momentos senti que Redgrave, embora sendo extremamente bonita (fiquei na dúvida durante o decorrer do filme, pensando se era Natasha ou Joely Richardson quem mais se parece com ela) e ótima atriz, tenha sido ‘miscast’ – e não digo isso baseado apenas no fato de que ela não sabe cantar; seu desempenho durante o primeiro ato é pouco convincente, quase inexpressível.

Entretanto, e felizmente, há uma mudança em sua interpretação (que apesar da comparação infeliz que eu irei fazer, me lembra da transição de marcha do câmbio de um carro) à medida que a história se desenrola e vai ganhando ares mais sóbrios na narrativa, onde Vanessa perde um pouco da expressão apática e consegue dar mais personalidade à figura de Guinevere.

Sou um tanto quanto indiferente a Franco Nero. Franco tem um belo porte, apesar de sua atuação ser um tanto quanto sofrível, mas ao menos não canta mal. Aliás, procurei não traçar comparações a esse respeito, afinal estaria sendo injusta. Existe alguém que consiga superar Goulet cantando If Ever I Would Leave You? Se sim, ainda não tive a chance de conhecer.

Para a minha surpresa, Richard Harris, a quem eu nutro pouquíssima simpatia, é quem carrega o filme com muita habilidade. Por algum motivo, não acho que a sua interpretação do rei Arthur tenha diferido muito da de Richard Burton – que a propósito, era seu amigo. A cena final onde Arthur encontra Tom of Warwick e explica ao garoto que a sua missão é fazer com que a história de Camelot permaneça viva, é uma das cenas mais tocantes de todo o filme.

"Don't let it be forgot that once there was spot, for one brief shining moment, that was known as Camelot."

À esquerda: Harris e Redgrave, no papel de Arthur "Wart" e Guinevere, na adaptação cinematográfica.
Fonte: http://socalpersian.blogspot.com/2007_12_01_archive.html 
À direita: Burton e Andrews, como Arthur "Wart" e Guinevere, na produção original da Broadway.
Fonte: http://www.achievement.org/autodoc/page/and0gal-1 

No geral, não tenho parâmetros para comparações – o mais próximo que cheguei da produção original da Broadway (1960), com Richard Burton, Julie Andrews e Robert Goulet, foi através da trilha-sonora (que eu amo verdadeiramente, e escuto sem parar) e dos pequenos trechos gravados para o programa The Ed Sullivan Show – e sendo assim, não consigo decidir se realmente gostei da adaptação ou não. 


Embora algo me leve a crer que mais cedo ou mais tarde eu aprenderei a apreciar o filme pelo  o que ele é, afinal de contas, eu sou extremamente fascinada por esta fábula, acredito que só o tempo e várias doses de Camelot darão asas para que eu chegue a uma conclusão.

 Fonte: www.corbisimages.com

E aos que tiverem interesse em adquirir o filme, eu comprei o meu na Videolar.com por um preço extremamente camarada. Aproveitem enquanto é tempo, pois a Warner está retirando-o de seu catálogo (junto com Whatever Happened to Baby Jane) para colocá-lo em moratória e lançá-los em 2012, em Blu-Ray, em edição comemorativa de 45 anos.

From The Once and Future King,
“The best thing for being sad,” replied Merlin, beginning to puff and blow, “is to learn something. That’s the only thing that never fails. You may grow old and trembling in your anatomies, you may lie awake at night listening to the disorder of your veins, you may miss your only love, you may see the world about you devastated by evil lunatics, or know your honour trampled in the sewers of baser minds. There is only one thing for it then — to learn. Learn why the world wags and what wags it. That is the only thing which the mind can never exhaust, never alienate, never be tortured by, never fear or distrust, and never dream of regretting. Learning is the only thing for you. Look what a lot of things there are to learn.”
- T. H. White

A canção dos bobos

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Isn't it rich? Are we a pair?
Me here at last on the ground, you in mid-air.
Send in the clowns.


Às vezes, passar por uma situação ridícula parece ser inevitável, não é mesmo? Em contrapartida, eu desafio aquele que admitir que nunca se fez de bobo, ou nunca se permitiu ser feito de bobo, a atirar a primeira pedra.


Isn't it bliss? Don't you approve?
One who keeps tearing around, One who can't move.
Where are the clowns? Send in the clowns.


Stephen Sondheim soube fazer bom uso da figura do palhaço; soube ser pontual, na medida.



Just when I'd stopped opening doors,
Finally knowing the one that I wanted was yours,
Making my entrance again with my usual flair,
Sure of my lines, No one is there.

 
Sim, por favor, mandem os palhaços! A distração é bem-vinda.

Don't you love farce?
My fault I fear.
I thought that you'd want what I want.
Sorry, my dear.
But where are the clowns?
Quick, send in the clowns.
Don't bother, they're here.


Isn't it rich?
Isn't it queer, Losing my timing this late in my career?
And where are the clowns?
There ought to be clowns.
Well, maybe next year.

Quando opostos se atraem: Barbra Streisand & Judy Garland.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Enquanto eu espero a minha saúde se restabelecer disto que eu considero, dentro da categoria geral da vida, uma inconveniência chamada gripe, e aguardo ansiosamente pelo término do semestre letivo, eu deixo vocês com um dueto mais que especial entre Judy Garland e Barbra Streisand, cantando o medley Get Happy – Happy Days Are Here Again no The Judy Garland Show.


Forget your troubles, - happy days - 
C'mon, get happy - are here again -
you better chase all your cares away - the sky above are clear again...

Fonte: http://blogs.orlandosentinel.com
Happy days - And just get happy -Are here again - You better chase all your cares away -
The skies above are clear again - Shout hallelujah -
So let's sing a song - And just get happy -
Of cheer again

Não acontece sempre, mas é de valoroso prazer reconhecer que essas vozes tão distintas tenham se complementado tão bem, dando margem àquele ditado que diz que opostos se atraem. A vida, também, carece dessa combinação um tanto quanto arriscada, e de certo modo, deliciosa.

Happy times! Happy times!
Happy nights! Happy nights!
Happy days are here again!

Até a próxima!

Um pouquinho de Brasil no Julie Andrews Hour.

terça-feira, 30 de novembro de 2010
Luiz Bonfá, bossa nova e Julie Andrews: como não gostar dessa combinação?

Embora o movimento conhecido como Bossa Nova, tenha tido outros tantos nomes por referência, é Luiz Bonfá, um pouco acanhado, quem acompanha Julie Andrews e Steve Lawrence neste medley maravilhoso, composto pelas músicas Samba de Orfeu, Batucada, Watch What Happens, Wave, The Gentle Rain e Manhã de Carnaval, no Julie Andrews Hour, exibido em 1973.



Bem verdade, esta não foi a primeira vez em que Bonfá fora colocado sob os holofotes na América do Norte. Após a “popularização” deste movimento da música brasileira nos Estados Unidos, Bonfá foi convidado a participar do festival de Bossa Nova realizado no maravilhoso Carnegie Hall, em New York., no ano de 1962. E mais, compôs  a canção “Almost in Love”  interpretada por Elvis Presley no filme da MGM "Live a little, love a little", e colaborou com nomes como o de Frank Sinatra e Quincy Jones.
Dentre suas composições, tenho Manhã de Carnaval como uma das minhas canções preferidas. A suave melodia  é capaz de me remeter a um passado ao qual não pertenci, e a imagem mais nítida e fixa em minha mente, ao escutar essa bela canção, é composta pela brisa leve, o cheiro do mar, a areia molhada debaixo dos pés, e especialmente, o nascer-do-sol na praia de Copacabana.

Manhã, tão bonita manhã; na vida, uma nova canção
cantando só teus olhos, teu riso, tuas mãos
pois há de haver um dia em que virás
das cordas do meu violão, que só teu amor procurou
vem uma voz falar dos beijos perdidos nos lábios teus.
Canta o meu coração, alegria voltou, tão feliz a manhã deste amor.


A day in the life of a fool, a sad and a long lonely day
I walk the avenue, and hope I'll run into
The welcome sight of you, coming my way
I stop just across from your door, but you're never home any more
So back to my room, and there in the gloom
I cry tears of good bye
That's the way it will be every day in the life of a  fool

Uma "Desconhecida" e Sete "Broadway Divas."

quarta-feira, 24 de novembro de 2010
O mundo, assim como a internet, ainda é cheio de agradáveis surpresas.

Há duas semanas um “conhecido” postou o link de um vídeo do youtube no tumblr, onde uma moça chamada Christina Bianco (que para mim, até então, não passava de uma completa desconhecida), imitando algumas das maiores Broadway Divas, cantando “Tomorrow”, do musical Annie

As sete mulheres "homenageadas", de certa forma, foram Barbra Streisand, Judy Garland, Bernadette Peters, Celine Dion, Kristin Chenoweth, Julie Andrews e Eydie Gorme.Vou me abster de tecer mais comentários, por enquanto, mas após assisti-lo achei que era mais do que meu dever vir dividir com vocês essa peça rara.



Bárbaro, não? Surpresas das surpresas, Christina Bianco esbanja talento e impressiona com suas imitações! Particularmente, adorei a versão da Barbra Streisand e da Celine Dion. Já sua Julie Andrews interior, precisa ser melhor polida, em minha opinão, especialmente no que diz respeito ao sotaque.

De todo modo, fiquei dividida entre ficar boquiaberta com a semelhança da interpretação das divas, em geral, ou morrer de rir, afinal de contas, Bianco não deixa de ser hilária ao não deixar passar nenhum trejeito, pose, impostação, entre outras características de cada personalidade.

Se assistirem, espero que gostem e que se divirtam tanto quanto eu, e não esqueçam de me dizer qual imitação vocês consideraram ser a melhor!

Apresentando a Edição Especial de A Noviça Rebelde (parte 2).

domingo, 7 de novembro de 2010
Dando continuidade à mostra do material disponível no scrapbook que acompanha o box de colecionador da edição de 45 anos de A Noviça Rebelde, aqui vamos nós, com mais fotos da produção e bastidores do filme.

E só pra relembrar, antes de utilizá-las ou publicá-las em sites e afins, pensem em mim e em meu querido blog, pois receber o devido crédito é bom e eu gosto! 


Façam bom uso e aproveitem!

 
 

 

 

To be continued...

Apresentando a Edição Especial de A Noviça Rebelde (parte 1).

quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Ainda no ritmo de comemoração pelos 45 anos do filme "A Noviça Rebelde", eis que venho mostrar-lhes em primeira mão os detalhes do box do filme, lançado pela 20th Century Fox Brasil, e que já está disponível nas prateleiras brazucas desde o penúltimo fim-de-semana do mês de Outubro.
                                                                         
 A edição, dizem por aí, é limitada e os boxes são numerados em um selo prata, locado na luva de papel que cobre a caixa. Não sei quanto a versão abrasileirada, que é praticamente idêntica ao box estrangeiro, mas a versão comercializada no exterior vem com o tal selo, sim. Procurei na minha luva de papel e não encontrei o tal selo, e ainda estou aguardando a resposta de outros conhecidos que adquiriram o box.
E eu digo "praticamente idêntica", pois a única coisa que falta no nosso gift-set, em comparação ao deles, é o cd com a trilha-sonora.  Tudo bem, detalhes, detalhes.

 

Como eu havia dito anteriormente, nada incluso no box foi traduzido para o nosso bom e velho português - o que causou tristeza pra uns e indiferença para outros. O material da caixa parece ser de papelão, embora seja resistente e bem acabado, mas interiormente é coberta por um lindo veludo azul. O primeiro item a ser encontrado ao abrí-la, é a carta de autenticidade emitida pela distribuidora, em parceria com a Rodgers& Hammerstein's Foundation, em um papel translúcido super bonito, que segue abaixo.


 Abaixo do certificado de autenticidade, temos um scrapbook em brochura, chamado A Few of Our Favorite Things. Nele há um resumo da história da verdadeira família Von Trapp; da produção da Broadway que antecedeu o filme, e que foi estrelada pela Mary Martin; e histórias da produção do filme e dos bastidores, sempre recheado de fotos de excelente qualidade.
São as páginas deste scrapbook que eu estarei escaneando pouco a pouco para exibir aqui no blog.


 

Na foto à direita, vocês podem observar um livreto do filme, que na verdade é uma réplica do encarte souvenir de cinema, lançado em 1965. Nele contém um resumo da história do filme, ilustrado por fotos e cenas do mesmo, além de um breve histórico dos atores e produtores envolvidos. 
Há, também, um pequeno envelope, cujo tipo de papel é similar ao que foi utilizado na carta oficial, que traz cinco ou seis fotos do filme, como se fossem cartões postais da cidade de Salzburg, na Áustria.

  

Ainda, há uma pequena caixinha de música em cerâmica (eu acho), pintada à mão (no que eu suspeito ser em estêncil) no seu exterior, e forrada de veludo na cor creme no seu interior. 

E por fim, os blu-rays, que vieram em uma case simples, sem luva, acompanhado de um DVD.
Aliás, é válido comentar que algumas lojas, como a 2001 vídeo, tem anunciado que houve um erro na distribuição dos DVDs que acompanharam os primeiros blu-rays a serem enviados às lojas (porque, afinal de contas, estava bom demais para ser verdade), por isso, atenção! Caso você faça questão - e eu particularmente acho bom fazer, já que o valor pago pelo produto não é nem um pouco barato - entre em contato com a 20th Century Fox, reportando o erro a eles, e aguarde a resposta.

2001 vídeo: "Atenção: Devido a um erro da distribuidora Fox, informamos que o DVD que acompanha este produto refere-se à Edição Comemorativa de 40 Anos. Segundo informações da distribuidora, a Edição Comemorativa de 45 Anos será enviada aos clientes, gratuitamente, até o dia 16/11/2010"


Quanto a qualidade de imagem e som, ou até mesmo a respeito dos extras, eu ainda não posso responder por conta própria, pois adquiri box antes mesmo de adquirir o aparelho leitor de Blu-Ray! É, eu sei que deveria ter esperado mais um pouco, mas foi difícil chegar na loja física da Saraiva e dar de cara com uma única peça, linda e solitária, me esperando. Encarei como um presságio (sim, eu acredito neles), paguei uma nota e passei o fim do meu feriado feliz, vide foto abaixo. A propósito, por favor relevem a cara de cansaço. Ir ao cemitério e depois tirar foto não é a melhor e mais inteligente das combinações. Crianças, não tentem isso em casa! Na verdade eu estou infinitamente mais feliz do que aparento estar, viu?

Quem quiser conferir algumas screencaptures do blu-ray, este site contém uma excelente review de todo o conteúdo.


Pra finalizar, seguem as primeiras de muitas fotos que serão escaneadas do scrapbook. Antes de utilizá-las ou publicá-las por aí, lembrem-se de mim e do meu querido blog. Receber o devido crédito é bom e eu gosto! 










To be continued...

Celebrando 45 anos de 'A Noviça Rebelde' no The Oprah Winfrey Show

sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Ontem foi ao ar mais uma edição do programa The Oprah Winfrey Show, trazendo como destaque um especial em comemoração aos 45 anos de um dos musicais mais celebrados e queridos de todos os tempos, A Noviça Rebelde.


Ali reuniram-se pela primeira vez em quarenta e cinco anos, os sete atores que interpretaram as crianças VonTrapp - Charmian Charr (Liesl), Nicholas Hammond (Friedrich), Heather Menzies (Louisa), Duane Chase (Kurt), Angela Cartwright (Brigitta), Debbie Turner (Marta) e Kym Karath (Gretl) – além de Julie Andrews (Maria von Trapp) e Christopher Plummer (Captain Georg von Trapp), que dividiram alguns fatos sobre suas vidas pessoais, além de anedotas e curiosidades sobre os bastidores do filme.

No entanto, mais emocionante do que ouvir curiosidades e anedotas sobre os bastidores do filme, foi assistir aos depoimentos de pessoas cujas vidas foram tocadas e modificadas de alguma forma por este maravilhoso musical. Dentre os mais especiais, destaca-se a apresentadora de TV Rosie O’Donnel, que comenta a proporção do impacto que o filme causou em sua vida:

“My mom died when I was ten, so I had a recurring fantasy that Julie Andrews would show up at my house and fall in love with my dad. And somehow this nanny-babysitter-nun-angel comes in and transforms the entire family, it has a heartbeat again and they live happily ever after. 
So, for me it was a dream, a hope, a wish, a fantasy -- something to sort of pin my sadness on, that elevated it, you know? There’s always hope. 
It was life-altering. It was definitely the best film I had ever seen in my life, and it remains so to this day. If I’m in a depressed-kind-of-place or in a funk, I put it on […] 
You know, there’s such great morals in it. There’s such great lessons about believing in who you are, in destiny, in fate, in trusting your instincts, not compromising… […] 
So, thank you Julie Andrews. Thank you, Christopher Plummer.”


Particularmente, eu não poderia ter feito melhor colocação. O comentário feito por O’Donnel vai ao tocante do assunto e traduz um sentimento que é praticamente universal.

Há também o depoimento de uma deficiente auditiva, que conta o impacto de ter escutado a voz de Julie Andrews cantando The Hills Are Alive, com cinco anos de idade, após ter sido submetida ao seu primeiro implante no ouvido; E ainda, o homem que assistiu ao filme 127 vezes enquanto prestava serviço ao exército durante a guerra do Vietnã.

E por fim, duas adoráveis surpresas: um trecho do programa Julie Andrews Hour, onde Julie Andrews e a verdadeira Maria von Trapp cantam juntas a canção Edelweiss; e para finalizar, uma apresentação realizada pelos bisnetos da família von Trapp, cantando a mesma canção.


Conselho de amiga? Preparem os lenços antes de assistir.



Comemorando um ano de "burburinhos"com Julie Andrews em Victor/Victoria.

domingo, 10 de outubro de 2010
Um ano depois e aqui estamos, hein? 
De tempos em tempos um burburinho surge por aqui e por ali, e assim vamos levando. Não pensem vocês que eu pretendo abandonar o meu cantinho, pois eu o amo de todo o coração, assim como sou extremamente grata àqueles que se dão a importância de vir aqui e não somente ler as minhas pequenas contribuições, mas que fazem questão de se manifestar - seja de forma positiva ou não - e que, consequentemente, me deixam muito feliz. 
Mas sentimentalismo a parte, vamos às celebrações...


As produções de musicais mais memoráveis, monumentais, e por conseqüência, mais bem sucedidas, foram aquelas produzidas durante a “era de ouro dos musicais”, datada do final da II Guerra Mundial até os primeiros anos da década de sessenta.

Entretanto, o declínio econômico durante a década de setenta alterou o destino de muitas produções cinematográficas do gênero. Não obstante a falta de verba para investir em longas, cujos orçamentos seriam exorbitantes, tornava-se cada vez mais difícil de encontrar material para atrair o público jovem às salas de cinema. 

A salvação estaria nas mãos de jovens diretores que aos poucos iriam reinventar os gêneros cinematográficos, introduzindo ao público nomes como o de Stanley Kubric, explorando a ultraviolência em A Laranja Mecânica; Francis Copolla, que com o filme O Poderoso Chefão, deixou um marco absoluto e irrevogável na história da sétima arte; Steven Spielberg, com o seu assustador Tubarões; Martin Scorsese com Taxi Driver; Woody Allen, que se popularizou com o inesquecível Noivo Neurótico, Noiva Nervosa; e George Luca, com o arrebatador Guerra nas Estrelas. Quanto aos que persistiram na idéia dos musicais, e que atingiram o sucesso, podemos citar Bob Fosse, que trouxe uma roupagem distinta à “Cabaret”, lançado em 1972. 

Diferente dos musicais que eram apresentados até então, Fosse soube distinguir a trama da musicalidade do filme, eliminando qualquer possibilidade de pieguice relacionada aos números musicais. Mais tarde, Fosse repetiria a dose com o autobiográfico “All That Jazz – O Show Tem Que Continuar”. Em 1978, outro diretor obteve grande sucesso, principalmente no que concernem os valores de arrecadação de bilheteria: Randal Kleiser filmou Grease, estrelado por Olivia Newton-John e John Travolta, com um orçamento de seis milhões de dólares, e obteve um retorno cuja somatória fora de trezentos e sessenta milhões de dólares, provando que, quando em contexto relevante ao público, o espectador ainda se mostra “perdidamente devotado” aos musicais.

Quando a década de 80 chegou, com ela chegaram uma porção de tentativas infelizes, geralmente encabeçadas por diretores que pouco entendiam da arte de criar e filmar musicais. Entretanto, enquanto esses diretores fracassavam, uma mente fervilhante com idéias inteligentes e pra lá de controversas, trabalhava incessantemente. 

Seu conceito era polêmico: uma mulher, em meio ao cenário parisiense da década dos trinta, fingindo ser um homem, que fingia ser uma mulher. Confuso? Talvez; Mas era ali que repousava a promessa de um musical espirituoso e arrebatador, pronto para garantir seu lugar incontestável entre os musicais da história do cinema.

Unidos em Filmes e Matrimônio

"'Bout twenty years ago, way down in New Orleans California, a group of fellas people - named Blake Edwards, Julie Andrews and cia - found a new kind of music musical, and they decided to call it Jazz Victor/Victoria, no other sound has what this music musical has..."


Quando Blake Edwards e Julie Andrews se uniram no matrimônio, surgiu dali uma sucessão de filmes – alguns muito bons e dignos de nota; outros, nem tanto. E assim que Blake resolveu adaptar o filme alemão, “Viktor und Viktoria”, lançado em 1933, não haveria dúvidas com relação a quem seria a sua protagonista.

A história, que abriu precedentes para uma temática abertamente gay, conta como a maior Drag Queen de toda a Europa, é, na verdade, uma mulher que finge ser um homem, fingindo ser uma mulher.

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Victoria Grant é uma soprano que não tem carreira, nem um lar que se preze, tampouco uma família. Beirando o desespero, vai a um teste para ser cantora do cabaret Chez Lui, onde é dispensada por parecer uma freira tentando se disfarçar como prostituta. É neste mesmo Cabaret que seu futuro amigo e promoter, Carroll “Toddy” Todd (Robert Preston), se apresentava antes de ser demitido por ter arranjado briga no estabelecimento.

 

Mais tarde, naquela mesma noite, ambos se encontram em um restaurante Parisiense, onde Victoria planeja colocar uma barata em meio a sua salada, para que ela não tenha que pagar a conta. Como é de se imaginar, o plano dá errado, o caos se instala no local, e ambos fogem, passando a noite no apartamento de Toddy. No dia seguinte, Richard, seu ex-namorado, aparece para buscar suas coisas e, ao lhe ofender, recebe uns bons ponta-pés dados por Victoria, que está vestida com as suas roupas, pois seu vestido havia encolhido durante a noite.


É diante dessa visão que Toddy tem a brilhante idéia - Victoria se transformará em uma Drag Queen, e ele, em seu suposto amante. Nasce então Conde Victor Grazhinski, que em pouco tempo se torna a sensação do momento. O único que se recusa a acreditar em toda essa farsa é King Marchand (James Garner) - um gangster que é dono de uma casa de show em Chicago - que por se sentir atraído por “Victoria”, se recusa a acreditar que ela seja “Victor”. Então, após se livrar de sua irritante namorada Norma Cassidy (Lesley Ann Warren), Marchand começa a investigar Victoria.


No corte original do filme, temos Marchand declarando momentos antes de beijar Victoria, que não se importa que ela seja um homem, mas Blake Edwards, que era visto como “persona non grata” pela indústria, achou prudente construir (de última hora, diga-se de passagem) uma cena que deixasse explícito aos espectadores, que os avanços entre o relacionamento de Victoria e Marchand só ocorrem uma vez que o mesmo tem a confirmação que Victoria é uma mulher.


É a partir de então que surgem alguns entraves que levam Victoria a ponderar sobre o que ela realmente deseja para si: se prefere ser verdadeira consigo mesma, desistindo, desta maneira, de sua fama e carreira recém-construída, para poder se relacionar livremente com o homem que ela ama; Ou se prefere continuar levando essa farsa em frente, conquistando o estrelato, porém arriscando perder Marchand.

Como pode se perceber, a trama não poupa em abordar abertamente o mundo homossexual, tendo, de sobra, personagens gays rodeando o filme – desde drag queens às lésbicas matronas. Ainda que de maneira um pouco caricata, o filme levanta questões acerca de nossas indagações íntimas em face dessas transformações culturais, além da maneira a qual encaramos este debate. Mas, mais que uma premissa considerada um tanto quanto provocativa para a época, é a graciosidade do musical que precisa ser discutida.


Blake Edwards, similarmente a Bob Fosse, não segue o padrão de montagem do gênero: enquanto muitos musicais sacrificam o desenvolvimento da história, compensando essas lacunas com números musicais ou de balé, que fatalmente imolam parte da continuidade do longa-metragem, em Victor/Victoria, as canções, cuja autoria é de Henry Mancini em parceria com Leslie Bricusse, se encaixam perfeitamente, simplesmente por pertencerem aos números relacionados às cenas que se passam no Cabaret.
(Como eu sou verdadeiramente apaixonada por musicais, essa escolha de construção da história não possui extrema relevância pra mim.)

 

Seja com o abre-alas do filme, “Gay Paree”, interpretada por Preston, que com seu método cantar-falado percorre a sátira da vida parisiense com muita graça; ou com o carro-chefe, “Le Jazz Hott”, que fala de um ritmo novo e quente; ou na melancólica, porém comovente “Crazy World”, temos musicalidade e trama percorrendo lado a lado.


Duas décadas após o lançamento de Mary Poppins e A Noviça Rebelde, Julie Andrews finalmente encontra uma personagem capaz de dismistificar a imagem de boa moça, garantindo seu título de ícone gay. Ela tinha 47 anos na época em que o filme foi rodado, e se mostrava exuberante, exibindo o melhor de suas habilidades, como excelente cantora e “entertainer”, garantindo-lhe uma indicação de Melhor Atriz ao Golden Globe Awards, ao qual saiu como vencedora, e a sua terceira indicação ao Academy Awards, que perdeu, assim como qualquer outra concorrente perderia, para Meryl Streep em A Escolha de Sofia.
Se sua parceria com Robert Preston dão graciosidade e charme ao filme, alguém digna de nota é Lesley Ann Warren, que rouba o show com uma participação consideravelmente pequena, e que cuja contribuição cômica é sem comparação.


Aliás, se Victor/Victoria permanece como um dos grandes destaques do gênero, é graças a essa combinação de genialidade e talento. O filme é um triunfo comunitário, decorrente dos esforços de Blake Edwards, Henry Mancini, Julie Andrews, Robert Preston, James Garner e Lesley Ann Warren.


Afinal de contas, é com eles que nos divertimos ao aprender um pouco mais sobre a imprevisibilidade que é o amor, em verdadeira celebração musical!