À minhas belas Damas...

domingo, 7 de março de 2010
A psique do ser humano é algo inteiramente interessante. 

Quando entrei na adolescência, saí direto das obsessões por desenhos animados (passado obscuro, por favor, ignorem) para então começar a me projetar nos meus inúmeros espelhos. De alguma forma isso deve ter sido peculiar: enquanto meninas desfrutavam as típicas fases adolescentes de cair de amores por “boybands” e atores jovens bonitinhos, eu começava a admirar fervorosamente uma mulher.

Courteney Cox foi somente a primeira delas. Aos catorze surgiu a irreverência da cantora Madonna. Aos dezesseis, surgiu a "tour-de-force" de Meryl Streep. Aos dezenove, o encanto charme e graciosidade de Julie Andrews. Sem contar as referências primárias – avó, mãe e irmã. Em retrospecto, lembrando de que venho de uma família bem grande e predominantemente feminina (só para citar tenho seis tias, e de 38 primos pelo menos a metade é composta por mulheres), acho que seria inevitável ser diferente.

Mas projetar-se não significa necessariamente querer copiar alguém. Pelo menos não para que sejamos de total semelhança. Tampouco significa falta de personalidade ou de identidade. Acredito que a projeção é como tomar referência de certas atitudes, pensamentos, comportamentos. É criar uma espécie de parâmetro para que se possa distinguir o que é bom e o que é ruim, ter algo ou alguém como exemplo, e partindo daí fortalecer a essência. 

Somos mil e somos únicas. Obras de arte inacabadas. Com toques de gerações que passaram por nossas vidas, deixando marcas indeléveis, nos transformando, inspirando na formação do caráter. Se hoje minha essência foi de alguma forma solidificada, isto se deve em parte a elas, senão inteiramente: minhas mais distintas e belas damas.

Dedico o meu amor e maior respeito a vocês. A nós, um maravilhoso dia internacional das mulheres!

Avó (+ 22/12/2008) e Mãe,  respectivamente.


Ces't Moi.

E gostaria de deixar registrado que se algum dia eu viesse a ser indicada à categoria de Melhor Atriz no Academy Awards junto à Meryl Streep (e caso vocês se perguntem, não, eu não tenho a menor pretensão em começar a atuar diante das câmeras) e eu ganhasse o prêmio, querem saber o que eu faria?

Pegaria Meryl pelas mãos e a levaria ao palco comigo (à força, caso fosse necessário). 

Desejam saber o por quê? Porque desde quando a dona Mary Louise Streep, Meryl para os íntimos, resolveu nos deslumbrar com o seu talento, ela se tornou responsável por inspirar no mínimo duas gerações seguintes de atrizes. Hoje Meryl aos seus 60 anos atingiu o que Bette Davis adoraria ter feito não muito após os seus 40 anos de idade. Meryl Streep experimentou alguns anos de quase ostracismo na indústria e quando voltou, revolucionou o papel da mulher e colocou em pauta a questão da idade x qualidade x lucratividade. Então nada seria mais justo do que dividir um momento de glória com a pessoa que representa uma entidade, uma escola.


Aceitaria o prêmio com Meryl Streep ao meu lado, ficaria de joelhos para beijar os seus pés e diria em alto e bom tom: "O meu Oscar é Seu, Meryl Streep!" Porque quando Meryl Streep entrou no ramo – e deixou claro que tinha vindo para ficar – foi como se estivéssemos escutado a voz de Deus dizendo “Haja luz”, e subitamente um clarão tivesse surgido nos céus. Meryl Streep não fica mais velha, fica melhor! E é sempre digna do meu exagero e devoção.

3 comentários:

  1. Lorena, feliz dia das mulheres (atrasado...).
    Puxa, você é mesmo fã da Meryl Streep, hein! Não sou admiradora irrestrita de seu trabalho, mas é inegável que ela consegue ser fantástica. "Out of Africa" e "As pontes de Madison" são maravilhosos. Deste último eu gosto desde que era bem novinha e ainda adorava os Backstreet boys e o N'Synck (sou dessa geração, hehehe)... "Dúvida" é outro filme fascinante.
    Agora, não entendo porque uma atriz tão gabaritada quanto ela escolhe fazer filmes como "It's complicated". Só o trailer dele já me deixou embaraçada... Bem, pode ser só uma impressão negativa gerada por um mau trailer. Você viu o filme? O que achou dele?

    Bjinhos. Ah, quando você ganhar o Oscar, vou contar pra todo mundo que te conheço!!
    Dani

  1. Dani, você é uma piada. :P Se eu fosse me lançar no mundo como atriz, primeiro lançaria uma autobiografia contando logo todos os podres, assim eu não teria segredinhos sujos!

    Quanto a Meryl, sim, sou bastante devota. Não é algo sempre presente e tampouco passageiro, sabe? Mas a admiração é inegável. Já assistiu A Escolha de Sofia? Simplesmente fantástica. E que bom que você citou Dúvida! Pouquíssimas pessoas gostaram deste filme, e eu, dona Maria-do-Contra, o adorei!

    Respondendo a sua pergunta, acho que é inevitável que até as atrizes mais maravilhosas acabem fazendo algum filme ruim ou embaraçoso... Tem muito projeto que quando ainda não passa de um script, parece ser excelente e imperdível. Outras vezes, o fator mais tentador é a oportunidade de trabalhar com quem você admira ou gosta durante a gravação de um filme. Fica difícil definir o que pode ou não ser atraente, em termos de projetos, para um ator.

    Minha irmã assistiu a It's Complicated. Quando voltou do cinema, esfregou na minha cara o quanto era engraçado, e que minha mãe (também fã de Meryl) e eu deveríamos assistí-lo. De repente a sua impressão negativa foi gerada pela presença do Steve Martin ou do Alec Baldwin? Bem, o último não me apetece muito não... Mas acho interessante que uma atriz gabaritada como ela, não seja pretensiosa o suficiente para se limitar somente a filmes sérios ou potenciais "oscar-material", sabe? Ou pelo menos é louvável. Bons atores sempre são compostos de obras-primas, misturadas a pedaços de passados obscuros (risos). Bette Davis que o diga. ;)

    Beijinhos! Ah, postei o 9o Episódio de JAH.

  1. Oie, Lorena!
    Menina, se você fizesse a autobiografia corria o risco de o povo dizer que você só estava abrindo o jogo para se auto-promover. O mercado de consumo da obra cinematográfica é duro de entender - se correr o bicho pega, se ficar, o bicho come... :D :D :D (sinto falta dos emoticons, aqui...).
    Humm, A escolha de Sophia eu nunca vi - nem sabia que era com ela. Dúvida é fantástico - o ano cinematográfico de 2008 foi bem mais interessante que o de 2009... Há um outro muito bom que tenho em VHS, A casa dos espíritos. Agora, It's complicated acho que ela fez mesmo pra ganhar uma grana - o que afinal de contas é legítimo. Vi Mulheres com Meg Ryan, que eu admiro, e também fiquei embaraçada por ela (assim como minha mãe, que foi junto...). Não queria sentir isso com Meryl, que é uma atriz bem mais sólida. Mas se sua irmã recomenda o filme, então vou arriscar assisti-lo. Veja tb, aí a gente discute o que achou nos nossos blogues!

    Beijocas
    Dani

    PS: The Graduate é incrível, né? Eu só o vi faz muito pouco tempo, num dvd que comprei baratérrimo! Ah, e brigadão pelos uploads da Julie!

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